O Bolo da Nonna, Príncipe Real







Psst, psst, pssssssst... é favor chegar mais junto do ecrã, vá lá.... não quero falar alto, não vão as pessoas pensarem que sou supersticioso, porque não sou! (a pitada de sal que estou a atirar para trás das costas não tem nada a ver) mas tenho para mim que a Praça das Flores deve ter um bruxedo qualquer, ao qual apenas o Pão de Canela parece resistir, ano após ano. A sério, é que de cada vez que visito a Praça das Flores podia jurar que alguma porta tem um nome novo por cima ou, pior ainda, tem indícios de que um dia algo ali existiu (Pomme de Terre, snif snif...).

Mas, vendo as coisas por outro prisma, existe sempre algo novo a experimentar na Praça das Flores, o que faz com que meia volta lá vá eu rua acima, rua abaixo até à praça para conhecer as novidades. Isto de rua acima, rua abaixo tanto se aplica aos pés como às rodinhas do carro pois se existe local de acesso condicionado é este :-) Estacionamento é complicado (apenas em agosto a coisa corre melhor) e a pé.... bem há que dar corda aos sapatos.

E o que me levou à Praça das Flores? Uma novidade, claro! O Bolo da Nonna já tinha sido sondado, numa anterior visita à praça, mas de uma forma pouco produtiva, ou seja, com o nariz encostado ao vidro e as mãos em concha para melhor ver o interior. Do pouco que vi, pareceu-me bem... mas também seria necessário que fosse um barraco dos piores para que eu me mantivesse longe de um local com a palavra "bolo" no nome.




Então, tendo como pano de fundo um lanche há muito adiado por incompatibilidade de agendas, lá fomos nós no meu Porsche Pimenta por essa Lisboa a fora, convictos que encontraríamos um lugar à nossa espera à porta da Nonna. Durante todo o percurso só me diziam "Eu agora não como doces. Ponto!" ao qual eu prontamente respondia "Não faz mal, eu como tu falas. Por isso podemos ir na mesma.". A sério, é que não tenho problemas nenhuns em ter alguém à minha frente, a ver-me comer uma belíssima fatia de bolo. O que querem, sou mesmo assim, uma pessoa boa que só pensa no bem dos outros. 

Depois de estacionar o bólide em plena Praça, tendo até direito a escolher qual o lugar que preferia (meu querido mês de Agosto... pena só durares um mês), lá nos encaminhámos para o Bolo da Nonna.
Olhando para o frontispício da Nonna (no pun intended), desde logo se levanta a suspeita que o espaço interior deva ser pequeno, uma vez atravessando a ombreira da porta a dúvida dissipa-se - o Nonna poderia chamar-se Vó pois é como a avó portuguesa... pequena como a sardinha :-)






Mas apesar de ser um espaço pequeno não lhe falta formosura. Desde o teto onde figura a pintura de um anjo, à parede coberta de quadros até ao balcão onde tudo parece seduzir o olhar, não faltam motivos para ficar encantado com o Nonna. Mas...... se querem ter clientes com mais de metro e meio de altura por favor substituam as mesas! Em termos abstratos, reaproveitar mesas de máquina de costura parece-me muito bem, muito vintage, muito na moda mas, na prática, é muito desconfortável para quem tem pernas mais compridas. Quando vou a um local lanchar não conto que passe o tempo a dar joelhadas na parte debaixo da mesa ou pontapés no diabo do pedal de costura. Por isso, ou mantenham apenas o tampo da mesa, desmontando o resto, ou arranjei outras mesas com ar vintage mas adequadas.

Passemos então à frente. Como me falaram bem do bolo de chocolate, que era muito bom e tal...e coiso..., não resisti a pedir uma fatia, no entanto, o bolo de ananás, que estava ao lado do de chocolate, também me estava a tentar a alma, mas ficou para uma próxima visita. A minha companhia (estando em restrição de doces) pediu uma sandes de queijo com doce da casa. Sim, leram bem, doce da casa... só vos digo que algumas restrições alimentares estão pejadas de alíneas e exceções :-)





O bolo de chocolate é realmente bom, com sabor intenso a chocolate e uma textura cremosa, faltando-lhe apenas mais uns centímetros de anca para ser perfeito... mas certamente que cortam as fatias desta espessura pela saúde das pessoas (ou para as levar a pedir outra...), para não engordarem e tal :-) Segundo me foi dito, o pão que cobria o queijo era ótimo e o doce da casa fantástico, da forma como a taça do doce foi esmiuçada (pouco faltou para ver um dedo a passar pelas paredes da dita taça) fiquei mais do que convencido que realmente deveria ser muito bom.

Em suma, espaço agradável com toda uma decoração vintage muito bem conseguida precisando apenas, a meu ver, de melhorar a parte das mesas. No resto, não mexe não toca, para não estragar. O atendimento foi simpático e solícito q.b.

Por isso ficam a saber que quando andarem pela zona entre o Príncipe Real e S. Bento podem sempre ir retemperar forças ao Nonna, onde certamente encontrarão opções deliciosamente maléficas para vos aconchegar o estômago e a alma.







Praça das Flores 41-43 , 1200-257, Príncipe Real, Lisboa
Horário | 12h às 20h | Não encerra

Tlf | 213 951 231 - Facebook












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