Forno d'Oro, Rato





Depois de uma ida ao cinema, ficámos parados à frente do Corte Inglés sem saber muito bem o que fazer. Vamos lanchar? Vamos jantar? Vamos para casa? Tudo menos continuar parados ao frio.

Sendo domingo, as opções reduziram-se significativamente. Depois de algumas tentativas falhadas e alguma náusea (consultar o telemóvel num carro em movimento nunca é bom), lá consegui desemburrar um restaurante que estivesse aberto, longe de onde estávamos e com estacionamento complicado (para quê facilitar a vida ao condutor, não teria tanta piada), e que o tipo de comida agradasse a todos. O Forno d'Oro foi a nossa vítima.

Depois de alguma luta para convencer o condutor do carro que um "estacionamento" quase à frente do restaurante era perfeito para ele, que não havia problema algum, que podia confiar (nitidamente não nos conhece bem, a mim e à sininho), lá fomos nós ver se nos deixavam sentar e comer.

E nada como ir jantar fora num domingo para aumentar, de forma logarítmica, a probabilidade de se conseguir mesa, sem reserva, num restaurante que se encontra na moda. Sim, porque tendo em vista o tamanho do restaurante, se fosse outro dia da semana muito possivelmente teríamos de esperar ou, pior ainda, vínhamo-nos embora tristes e famintos. Por isso meninos não tentem isto em casa, façam reserva de mesa :-)

Bem, não sei se posso dizer que o Forno d'Oro seja pequeno, pareceu-me é que tem uma distribuição de espaço algo heterogénea, ou seja, o restaurante não é simplesmente uma sala quadrada ou retangular mas sim um somar de pequenos espaços ou recantos. E tenho a dizer que esta característica do espaço foi bem explorada, com a decoração a impedir que os recantos se tornassem claustrofóbicos e desconfortáveis, muito pelo contrário. Pareceu-me o local perfeito quer para um jantar a dois (não sei porquê, mas o romantismo gosta de recantos e de ambientes a média luz) quer para um jantar com um pequeno grupo de amigos (nada como um recanto ou espaço independente para podermos dar uso da gargalhada e tonteria sem incomodar muito os outros).




A decoração mistura o moderno com o tradicional, fazendo uso do branco (paredes, iluminação, cadeiras e bancos) que faz sobressair os pratos pintados, que decoram as paredes, mas, acima de tudo, põe em relevo o ex libris do restaurante - o forno d'Oro. A utilização de espelhos permite criar a sensação que o espaço é maior do que na realidade é.




Depois de nos sentarmos e assentarmos, passámos ao passo seguinte, escolher o que queríamos jantar. Para alguns foi mais rápido do que para outros, existem pessoas que basta verem a palavra calzone e tumba! já tá decidido, mas no fim todos conseguimos fazer as nossas escolhas - duas calzone Napolitanas e uma pizza Pastorinha.

Enquanto esperávamos pelo prato principal, e como a fome já era alguma, atacámos o couvert que nos colocaram na mesa, em todas as suas frentes - foccacia in casa con olio e bruschetta com pomodoro e basilico. Não sei se era da fome mas souberam divinamente.

E eis então que chegam os pratos principais, todos com excelente aspecto.




Mas com as primeiras garfadas, instalou-se a discórdia. Pronto, não foi propriamente discórdia, simplesmente as opiniões dividiram-se entre gostar bastante (pessoas das calzone) e gostar (pessoa da pizza, vulgo eu próprio). E esta diferença em adjetivos prende-se com um gosto pessoal e não com qualidade da confeção, ao qual nada tenho a apontar, é que prefiro a massa das minhas pizzas menos balofa :-) Mas este facto não impediu que atacasse a minha pizza com toda a vontade e satisfação, acabando com um sorriso bonacheirão nos lábios como apenas um bom jantar proporciona. Os pratos de quem me acompanhava ficaram igualmente vazios, confirmando aquilo que já tinham verbalizado, que as calzone estavam ótimas.

Para sobremesa dividimo-nos entre Panna cotta al frutti di bosco e Tiramisu. E é tão bom quando se fecha uma refeição com chave de ouro.... o Tiramisu estava excelente e, segundo me disseram, a Panna cotta não ficava atrás. O facto de não serem envergonhados nas porções das sobremesas apenas elevou o grau de satisfação, detesto quando me servem amostras de sobremesas mas cobram o preço de uma inteira.
Senti que, ao contrário do filme que despoletou este jantar, o fim não desiludiu.




No fim, não podíamos deixar de pedir a conta, ainda pensámos em não o fazer mas achámos que seria indelicado não retribuir pela ótima refeição que nos serviram (brincadeira, brincadeira). A brincadeira, entre couvert, pratos, sobremesas e vinho ficou por 25€ pp, um valor algo elevado para o que normalmente pago num italiano mas dias não são dias. Não posso deixar de referir que o atendimento é simpático, prestável e rápido.

Forno d'Oro um restaurante italiano com excelente comida, decoração e ambiente. Aconselha-se uma visita :-)






Rua Artilharia 1, 16B Lisboa
Horário | 12h às 15h (Almoço) | 19h às 23h (Jantar)

Contacto | +351 21 387 9944

http://www.fornodoro.pt/











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